domingo, 17 de junho de 2007
Silhueta
Chegou, como de costume, às 2:13 da tarde. Sentou-se na mesa de sempre e observou pela milésima vez o lugar. A primeira coisa que prendeu o seu olhar, foi à mesma que o vigiava nos últimos 3 dias. Sentiu-se vivo. Sentiu algo. Piscava com freqüência os olhos, afastando as dúvidas. Pés e mãos suadas, demência. Palavras que iam e vinham sem saírem da boca. Balançava as pernas ao mesmo tempo em que pedia um fósforo à garçonete para acender um cigarro. A figura estava na mesa do canto, um pouco ao lado. E ele, fazia o movimento descompassado com as pernas e afirmava a si mesmo que já havia esquecido aquele rosto cético, de sobrancelhas ameaçadoras e olhos pós-marejados. Admirou o teto da cafeteria e ao retornar o olhar para a mesa do canto, nada viu. Pagou a bebida, levantou-se e saiu.
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