domingo, 6 de abril de 2008

Pois é assim que está sendo...

Dois caminhos. O lado direito e o lado esquerdo eram transversais desde o ano passado. Com o tempo, passaram a viver paralelamente. O esquerdo era menina, meiga, porém havia se fechado porque tinha medo de algumas curvas que deformaram o seu caminho e que até hoje machucavam muito. O direito era garoto, engraçado, inteligente e bem amoroso. Dava um valor danado a vida apesar de também ter passado por algumas tristezas, curvas e ladeiras íngremes que feriram muito o seu coração. Paralelamente, eram amigos. Fizeram outro caminho juntos. Não, não era livre daquelas curvas, mas era cheio de respeito e compreensão. Eles se completavam, sabe? Um compensava o outro. Quase nunca brigavam. O novo caminho era cheio de sorrisos. Ah, quantos sorrisos... Sempre os mais bonitos. Os mais espontâneos. Era tanta coisa boa que dava pra fazer chuva de papel picado com cada palavra bonita que ele dizia pra ela. Hoje, eles constroem outro caminho. O direito mostrou que não necessariamente eles eram opostos e que não era impossível colocar alguns ladrilhos de amor em seus caminhos. Na verdade, juntaram tudo num só e decidiram continuar junto. Eu falei com eles e sabe o que eles responderam? “É verdade, o direito e o esquerdo se completam.”
Foi assim que aconteceu o casamento do amor com a felicidade?
Pois é assim que está sendo...

domingo, 23 de março de 2008

O aniversário


Vovó chegou às 5 da manhã e trazia nas mãos um embrulho. Bonito, feito de papel brilhoso e fita de cetim amarrado num laço.
Deixou-o em cima da mesa e foi embora. Vivi "dormia" no sofá, com os olhos semicerrados e acompanhava tudo. Hoje era seu aniversário. Ela já tinha arrumado tudo no quarto dos fundos. Todas as bonecas, balões, chapéus e até brigadeiros feitos de papel, já que não havia quitutes. Eu não tinha nada a ver com essa história, sei nem como vim parar aqui. Mas vovó fazia parte dela... Chegou o momento. 9 da manhã. Vivi olhou por cima do sofá e levantou. Estava lá, do jeito que vovó havia deixado. No embrulho, ela escreveu: VIVI, já que a menina havia aprendido a escrever o nome recentemente. Curiosa, foi até a mesa. Abriu-o com todo cuidado enquanto decidia guardar a fita para enfeitar os cabelos. Não acreditou. Foi ao banheiro, lavou o rosto e voltou. Era isso mesmo. Um vestido! Azul, com gola branca e que serviria direitinho com os sapatos que a Giorgia havia lhe repassado, visto que não a serviam mais. Vivi se vestiu. O relógio já apontava para as 9:15. Correu até o quarto dos fundos. Abriu a porta e... aquele foi o melhor aniversário da sua vida.

sábado, 22 de março de 2008

sobre a chuva...

As coisas lá em cima têm um "q" de egoísmo. O que eles mais têm mandado pra cá é chuva, que ainda por cima deixa a gente doente!


indagação:
Quando era pequena, ganhou uma caixinha da avó e queria o Sol para guardá-lo. Como resposta, disseram que ela só podia ter a chuva como parte do céu. Hoje, ela se pergunta:
se a única coisa que a gente pode ter do céu é a chuva... Então o doutor Ricardo, que mandou construir uma hidrelétrica para abastecer a cidade de Rio Claro, possui um pedacinho do céu?

quinta-feira, 20 de março de 2008

Algo de amor

Ele veio tão rápido, tão rápido... E eu sabia o que queria de mim.
Saiu quase do mesmo jeito que entrou, salvo a esperança que o acompanhava antes de entrar naquela casa. Não houve diálogo, nunca houve. Permaneci quieta debruçada na janela do único quarto que me permitia ver a rua. Ouvi quando a campainha tocou, mas não me mexi. Dona Olga deve ter atendido, sempre abre a porta quando recebemos visitas. Do quarto, sentia que ele tinha acabado de sentar na segunda poltrona – a que eu costumava tocar depois que ia embora - e que havia aceitado o café forte que convidava a rua a comparecer com suas xícaras. Parece-me que veio com notícias e no fundo, eu o imaginava perguntando:
- E Violeta, como está?
Ah, como queria respondê-lo! Mas não era permitido. A gente queria, mas não podia ser parte um do outro. Vinte minutos depois, poltrona vazia. Eu, ainda debruçada acompanhava seu passo lento descendo a rua. Precisava de um terno novo. Enquanto isso, Dona Olga jogava no lixo mais algumas flores endereçadas a mim.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Adeus, 7 de copas...

A menina fechava o portão enquanto o carteiro passava. Saindo de casa, ela andava como se estivesse numa corda bamba, pés colados, um após o outro. Gabi levava o 7 de copas. Gostava de números ímpares...
Seguia pela rua apreensiva. Avistou Dona Dedé, cadeira na porta de casa. As crianças corriam atrás do cachorro de Marcinha, coitado...
Fez que não viu a bola do Leo, apesar do garotinho pedir para que ela desse um pequeno chute. Seguiu. Gabi levantava o rosto enquanto ajeitava os cabelos. Ela cantava. Alguma cantiga inventada, mas cantava. O passo agora era outro, menos tenso e apreensivo, mais leve.
Chegou na praça da cidade -verdade que não havia andado tanto- e ficou. Mesmo que não tivesse percebido que havia deixado o 7 de copas numa esquina qualquer.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Olhou para um lado, olhou para o outro e disse:
- Pronto! de agora em diante só vivo com isso.
Maria não comia, não bebia, nem se quer respirava. Uma caixa de lápis de cera e alguns papéis... era o bastante. A menina rabiscava, rabiscava e rabiscava. Até que num dia de feriado, os papéis acabaram.
- E agora? Será o meu fim?
Maria sabia que se parasse de rabiscar, desapareceria. Desesperada, começou a rabiscar as paredes, uma por uma. Os lápis ela sabia que não acabariam. Eram mágicos! Rabiscou as paredes, os móveis, o corredor, as escadas, o uniforme do porteiro e até hoje colore o mundo.
Se você ainda vê algo em preto e branco não é porque Maria esqueceu de colorir. Ou ela preferiu assim ou ainda não passou por lá.

Vivendo Rebeca

Em meio a coisas e coisas, surgiu Rebeca. O convite de Flavitcho entusiasmou. Mas como ela é teimosa! Nos deu um trabalho... Ela era cíclica e queria sair desse impasse. Escreve como ninguém, mas o início tava perturbando e não queria sair. Nada como uma noite de sono. Nada como dar um sopro nos pensamentos certos e juntar as palavras que dariam a tão querida história. E assim ela fez... e nos fez também.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Um sonho no papel

Pegou seu caderno, sua caneta cor de ouro e escreveu...
"A Princesa Maria"
Num castelo muito distante, vivia uma princesa. Maria era filha do rei Astroldo, um homem duro, porém muito bom para a menina. Isso causava ira e inveja em uma pessoa. Jocastra tinha Maria como entiada há 15 anos. A menina perdeu a mãe ao nascer. Sempre foi a mais importante para o pai, fazendo com que Jocastra ficasse pra outra hora. A mulher era má e detinha um certo poder: transformar as pessoas com a ajuda de um cajado de prata que escondia no sótão. Esse cajado perderia seu poder se entrasse em contato com a luz do sol e só as fadas da floresta sabiam disso. Um dia Astroldo recebeu uma mensagem de que seu reino estava sendo atacado e precisou sair com urgência. Sabia que Maria não gostava de Jocastra, mas não tinha outro jeito. A princesa foi chamada ao salão real. Ao entrar, Maria estranhou a delicadeza da sua madrasta. Ela disse que precisava mostrar-lhe algo no sótão. Maria a seguiu. Jocastra pediu que a moça entrasse primeiro e assimque entraram, fechou-se a porta. A madrasta foi até um baú e de lá
retirou o cajado, enquanto dizia: "Maria, a preferida, seu pai não tem tempo para mim, nunca teve, mas agora nem pra você ele terá, porque ele nunca mais verá seu belo rostinho, minha querida!". A princesa não pode nem entender o que estava acontecendo, quando percebeu, havia encolhido. "Que sensação estranha!". A malvada fez questão de colocá-la em frente a um espelho. "Oh, não!". Maria havia se tranformado numa lagarta. Jocastra guardou o cajado no baú, pegou as chaves e saiu às gargalhadas. Na floresta, pelos arredores do castelo havia um outro reino, de fadas. Rebeca, a menor delas, espiava pela janela do sótão e viu a raiva e o sentimento de vingança de Jocastra. Espantada com o que viu, conseguiu entrar no sótão por uma fresta na janela. Falou com a princesa transformada em lagarta, disse que sabia reverter a situação. Mas ela precisa va da ajuda do gatinho Rudolph, o amigo da princesa. Só que não o encontraram, porque ele havia fugido com o susto. A porta se abriu, era os soldados da madrasta que iriam levar Maria para a floresta. Eles viram a fada e logo contaram a Jocastra que fez um feitiço e a jogou na mata. Agora estavam todos perdidos naquela floresta escura. De repente algo se mexe entre os arbustos. Todos ficaram imóveis! "Rudolph, você nos assustou!". Na verdade, ele estava mais assustado que todos. Rebeca contou ao gato como desfazer o feitiço. Bem devagar, Rudolph volta ao castelo, rouba as chaves de Jocastra enquanto ela se admirava no espelho. Quando a malvada descobriu era tarde demais. O cajado já havia visto a luz do sol e ela ja estava se transformando em lagarta no lugar de Maria. Enquanto isso, a moça se transformava numa bela fada. Mas não era uma simples fada. Uma fada que um dia foi lagarta, tem asas de borboleta.

Terminada a história, Rebeca juntou toda sua família e foi contá-la. Estava muito feliz por perceber que o fim de um sonho poderia ser o início de uma história.




Fim da trilogia da menina Rebeca. Penou, sonhou e escreveu. As fases de sua história foram importantes. Agora ela está satisfeita. Rebeca é uma criação de Flavitcho e Milla. Então nada melhor que conhecer um pouco mais o blog dele, né?!http://divagandoeaprendendoounao.blogspot.com/

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Fragmentos de Pensamentos

Rebeca, de repente, acorda em meio a uma floresta. Nada parece normal. Ela ouve gritos de socorro, porém não sabe de onde ou de quem saem. Olha bem o lugar. Tentar voltar, mas não consegue. Lembra que estava tentando escrever, não conseguindo e curiosa com os gritos, decide seguí- los. O caminho que segue está repleto de lagartas, mas ela não sente nojo ou nada parecido. No mesmo momento que ela percebe que os gritos ficam mais fortes, ela cria asas, transforma-se numa fada. E vê que várias asas de borboleta guiam seu caminho. Ela sabe, então, que tem algo a fazer. Seguindo as asas, rebeca avista um castelo, segue os gritos e por uma janela, contempla a cena: no salão, havia uma madrasta e uma princesa, dona dos gritos, vários soldados ao redor. Quando de repente, a madrasta tem a palavra: "Maria, a preferida, seu pai não tem tempo para mim, nunca teve, mas agora nem pra você ele terá, porque ele nunca mais verá seu belo rostinho, minha querida!" Depois disso, Rebeca viu, como num passe de mágicas, a princesa se transformar em algo muito pequeno, uma, uma, uma... (Rebeca apertava os olhos para ver). Assustada, Rebeca acorda e percebe que toda a história que ela buscava já estava pronta em sua cabeça...



Esse conto tem uma participação especial... E o blog dessa pessoa merece ser visitado http://divagandoeaprendendoounao.blogspot.com/

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Tentativa

Era uma criança, uma linda menina de 9 anos de idade, adorava escrever e contar suas histórias para todos. Escrevia sobre reinos distantes e se empolgava com suas princesas. Um dia resolveu falar do início, mas não sabia de que início... Sabia que tudo começava e que tudo teria um fim, mas sempre se impressionava mais com o final do que com o inicio. Os finais pragmáticos não a entusiasmavam. Gostava muito dos finais misteriosos, enfim dos finais mais revolucionários, então resolveu começar pelo fim. Mas como falar do início começando pelo fim? Como terminar sem começar? Até porque se o fim seria "final feliz", o começo deveria ser dramático? Não? E se fosse inacabado e começasse do nada? Não também. Ela refletia, queria uma história que todos aplaudissem, com que todos pudessem se sentir mais felizes ou que mudasse algo na vida das pessoas. Queria uma boa história e, através disso, induzir a sonhos ou reflexões. Mas faltava inspiração. Olhou pra tv, estreava um novo programa. Ilana, sua gatinha de estimação teve filhotes. Anoitecia. Maria preparava o pão para colocar na torradeira. Procurava de todas as formas um começo ou um final para sua história. E, na tentativa de começar sua nova história, adormeceu sobre seu caderno de contos sem escrever nenhuma linha.


Conto de Milla e Flavitcho


Não deixe de visitar o blog de Flavitcho: http://divagandoeaprendendoounao.blogspot.com/