Vovó chegou às 5 da manhã e trazia nas mãos um embrulho. Bonito, feito de papel brilhoso e fita de cetim amarrado num laço.
Deixou-o em cima da mesa e foi embora. Vivi "dormia" no sofá, com os olhos semicerrados e acompanhava tudo. Hoje era seu aniversário. Ela já tinha arrumado tudo no quarto dos fundos. Todas as bonecas, balões, chapéus e até brigadeiros feitos de papel, já que não havia quitutes. Eu não tinha nada a ver com essa história, sei nem como vim parar aqui. Mas vovó fazia parte dela... Chegou o momento. 9 da manhã. Vivi olhou por cima do sofá e levantou. Estava lá, do jeito que vovó havia deixado. No embrulho, ela escreveu: VIVI, já que a menina havia aprendido a escrever o nome recentemente. Curiosa, foi até a mesa. Abriu-o com todo cuidado enquanto decidia guardar a fita para enfeitar os cabelos. Não acreditou. Foi ao banheiro, lavou o rosto e voltou. Era isso mesmo. Um vestido! Azul, com gola branca e que serviria direitinho com os sapatos que a Giorgia havia lhe repassado, visto que não a serviam mais. Vivi se vestiu. O relógio já apontava para as 9:15. Correu até o quarto dos fundos. Abriu a porta e... aquele foi o melhor aniversário da sua vida.